15/05/2025 - 03:09
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Quem é Lucía Topolansky, viúva de Pepe Mujica que o acompanhou até o fim

Lucía Topolansky foi o grande amor da vida de José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai que morreu na terça-feira (13).

Por 40 anos eles viveram juntos em uma chácara na zona rural de Montevidéu. Eles se conheceram quando eram guerrilheiros. Foram separados pela prisão, mas quando foram libertados, se reencontraram e continuaram juntos, chegando até os cargos políticos mais altos do Uruguai.

Em uma de suas últimas aparições públicas, Mujica recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua fazenda.

Durante a conversa entre os dois, o ex-presidente uruguaio dedicou algumas palavras de amor a Lucía. “Estou vivo por causa dela”, destacou, relembrando que eles estavam juntos há “quase 40 anos… nada mais”.

A história do casal começou quando ambos eram guerrilheiros do Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros (MLN-T) na turbulenta década de 1970 no Uruguai.

Em uma entrevista ao The New York Times, Topolansky disse que eles se conheceram quando ela tinha 27 anos e ele, 37. Na época, comandavam uma operação clandestina.

O MLN-T foi um grupo guerrilheiro urbano de esquerda influenciado pela revolução cubana e pelo marxismo.

Em uma reviravolta que nenhum deles poderia imaginar, em 2010 foi ela — como presidente do Senado — que empossou Mujica quando ele se tornou presidente do Uruguai.

Lucía Topolansky, hoje com 80 anos, foi deputada, senadora e vice-presidente do Uruguai. Mas ela também era uma guerrilheira que ficou presa por vários anos.

Em 1969, Topolansky aderiu ao Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros, segundo sua biografia publicada no site do Movimento de Partição Popular, grupo político que fundou com Mujica.

Ela foi presa duas vezes. Segundo disse em entrevista, conseguiu escapar de sua primeira prisão por meio de uma “fuga organizada por seus colegas”.

Depois, durante sua segunda prisão, ela ficou detida por 13 anos até 1985, quando a democracia retornou ao Uruguai.

Topolansky foi libertada graças à Lei de Anistia durante o primeiro governo de Julio María Sanguinetti. Ela conta que no dia de sua soltura foi procurar Pepe, que também havia sido solto graças à mesma lei.

“No dia seguinte começamos a fazer campanha”, relatou ela ao Canal Encuentro.

Não demorou muito para que Topolansky e Mujica retornassem ao ativismo político. Em 1989, ambos fundaram o Movimento de Participação Popular (MPP).

Em 1995, foi eleita vereadora por Montevidéu e, cinco anos depois, ingressou na Câmara dos Deputados. Em 2005, após a vitória da esquerda, ela se tornou senadora pela primeira vez no Uruguai. No mesmo ano ela se casou com Mujica.

Em 2009, foi eleita senadora, recebendo o maior número de votos. Por isso, tornou-se a terceira opção de suplentes para a Presidência da República, depois do então vice-presidente Danilo Astori.

Ela chegou a assumir interinamente a Presidência do país, o que criou a curiosa situação de receber o mandato presidencial de seu parceiro.

Lucía Topolansky foi eleita senadora novamente em 2014. Até 2017, quando assumiu a vice-presidência da República, após a renúncia de Raúl Sendic.

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