De acordo com a Agrinvest Commodities, a disparada nos preços dos insumos tem gerado uma relação de troca desfavorável, o que significa que os agricultores precisam vender mais soja para adquirir a mesma quantidade de fertilizantes. Esse aumento nos custos afeta diretamente a rentabilidade da produção agrícola e coloca os produtores em alerta para as perspectivas da safra futura.
Conforme estudos realizados pela Embrapa, a eficiência no uso de fertilizantes NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) pode variar entre 40% e 60%. Esse dado indica que muitos nutrientes aplicados ao solo não são absorvidos de forma eficaz devido a fatores como solo compactado, baixa atividade biológica e desequilíbrio químico. No caso específico do fósforo, cerca de 80% do P2O5 aplicado pode ficar retido em formas insolúveis, resultando em desperdício de recursos e um retorno abaixo do esperado sobre o investimento.
É nesse contexto que a utilização de tecnologias voltadas para a saúde do solo se torna um fator crucial para mitigar as perdas e melhorar a eficiência dos insumos. A Microgeo, uma empresa que desenvolve soluções biotecnológicas, tem mostrado bons resultados ao utilizar a reposição do microbioma do solo. Em análises realizadas em 106 áreas, o uso contínuo dessa biotecnologia elevou a eficiência do fósforo, resultando em um ganho médio de 170 kg/ha de superfosfato simples.
Paulo D’Andrea, diretor de P&D da Microgeo, explica: “Nosso foco é tornar o solo mais eficiente, para que o produtor consiga aproveitar melhor cada real investido no manejo. Com o uso contínuo da nossa biotecnologia, o solo passa a ter mais vida e maior capacidade de disponibilizar os nutrientes. Isso se traduz em uma possível redução de perdas e, consequentemente, em mais retorno sobre o investimento.”
Com 60% dos fertilizantes ainda não adquiridos para a próxima safra, a adoção de práticas que aumentem a eficiência do solo se apresenta como uma estratégia fundamental para enfrentar os desafios impostos pela alta dos custos dos insumos. Além de proteger o investimento, essas ações promovem uma agricultura mais sustentável, resiliente e capaz de lidar com as mudanças do futuro.
D’Andrea complementa: “Diante de um cenário de alta no custo dos fertilizantes, o manejo do microbioma do solo não é mais um diferencial — é uma necessidade. A agricultura do futuro será aquela que conseguir extrair mais do solo com o mesmo ou menor volume de investimentos. A biotecnologia vem justamente para isso: transformar o solo em um ativo mais resiliente, produtivo e sustentável.”
