O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que fará um apelo direto ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, para que compareça pessoalmente às negociações com a Ucrânia previstas para esta semana em Istambul, na Turquia.
A afirmação aconteceu durante uma coletiva de imprensa realizada em Pequim, na China. Lula também deve pressionar por um cessar-fogo de 30 dias na guerra.
Questionado sobre a ausência de menção ao cessar-fogo na nota conjunta divulgada com a China e a participação de Putin na reunião, Lula reforçou o compromisso com a diplomacia.
O pedido partiu do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, que solicitou ao Brasil que fizesse o pedido ao Kremlin.
“Quando eu estava chegando em Moscou, o ministro Mauro Vieira tinha recebido um telefonema do chanceler da Ucrânia, dizendo que gostaria que eu pedisse ao Putin se ele estava disposto a fazer um acordo de paz”, disse Lula.
O presidente afirmou que transmitiu o pedido diretamente a Putin durante um jantar bilateral em Moscou.
“Foi a primeira coisa que eu disse ao Putin: ‘Tenho um recado do Zelensky para saber se você aceitaria uma trégua de 30 dias’”, disse. Segundo Lula, o líder russo respondeu positivamente à possibilidade de discutir o tema: “O Putin disse textualmente: ‘Eu topo discutir isso’”.
Lula disse ainda que o líder russo defendeu que as conversas retomem a partir dos termos debatidos no acordo de Istambul em 2022. “Agora era preciso que a gente fizesse um cessar-fogo e começasse a discutir a partir do acordo que a gente estava fazendo em Istambul”, completou.
O presidente brasileiro reforçou que o Brasil defende o diálogo e o multilateralismo como caminhos para a paz no conflito entre Rússia e Ucrânia.