09/05/2025 - 23:26
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Mercado do Feijão Segue Estagnado com Baixa Liquidez e Pressão Sobre Produtores

A retração no volume comercializado, associada à pressão sobre os produtores e ao desalinhamento entre os valores nas regiões de origem e destino, tem dificultado a movimentação do setor. A seguir, confira os principais destaques sobre a situação atual do mercado de feijão carioca e preto, conforme análise de Evandro Oliveira, consultor da Safras & Mercado.

Na última sexta-feira, o mercado de feijão carioca registrou baixa liquidez, com negociações praticamente suspensas e volume residual limitado no atacado paulista — estimado em cerca de 90 toneladas, em sua maioria de qualidade inferior.

Segundo Oliveira, o principal entrave está no descompasso entre os preços das regiões produtoras e os valores praticados no mercado paulista, o que tem desestimulado o envio de novas cargas. No Noroeste do Paraná, os negócios pontuais variaram entre R$ 193 e R$ 195 por saca (para feijão com nota entre 8 e 8,5). Já no interior de São Paulo, lotes semelhantes foram negociados entre R$ 225 e R$ 227 por saca, reforçando a firmeza nos preços de origem.

Apesar da entrada de novas cargas ao longo da semana, a movimentação foi insuficiente para provocar alta nos preços. O feijão de melhor qualidade (nota acima de 8) ainda concentra maior interesse nas regiões produtoras, enquanto o feijão extra (nota 9) segue escasso e valorizado.

O mercado de feijão preto também permanece praticamente paralisado, com liquidez comprometida e preços pressionados. Em Curitiba (PR), o feijão intermediário é cotado entre R$ 135 e R$ 140 por saca (FOB). No interior de São Paulo, o feijão extra Tipo 1 aparece entre R$ 155 e R$ 158 por saca.

Com o custo de produção estimado próximo de R$ 200 por saca, os preços atuais estão muito abaixo do mínimo necessário para garantir rentabilidade aos produtores, agravando ainda mais a crise no setor.

Segundo o analista, não há, por enquanto, sinalizações de apoio institucional, e o setor deposita esperanças na retomada das exportações, que historicamente se intensificam no segundo trimestre do ano. No entanto, o atual patamar do dólar abaixo de R$ 5,70 tem dificultado o fechamento de novos contratos, limitando essa alternativa.

Nas principais regiões produtoras, o cenário nas lavouras também impõe desafios. No Rio Grande do Sul, a colheita alcança 42% da área cultivada, conforme dados da Emater/RS, com produtividade média de 1.300 kg por hectare, impactada pela seca. Já no Paraná, o Deral aponta colheita de 22% da segunda safra, com redução de mais de 20% na área plantada em relação ao ciclo anterior.

Apesar de uma leve melhora nas condições das lavouras, preocupações fitossanitárias persistem. A expectativa é de uma queda superior a 10% na produção total do estado, com recuo acima de 15% na safra de feijão preto.

Diante de um cenário de baixa liquidez, pressão sobre os produtores, preços abaixo do custo e condições climáticas desfavoráveis, o mercado do feijão permanece sem vetores claros de recuperação no curto prazo. A instabilidade segue como marca do setor, exigindo cautela tanto por parte dos produtores quanto dos compradores.

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