O mercado brasileiro de boi gordo segue registrando desvalorização nas cotações, influenciado pelo aumento das escalas de abate por parte dos frigoríficos. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Iglesias, a tendência é de continuidade nesse cenário no curto prazo, em função da sazonalidade típica do mês de maio, período que marca o auge da safra e historicamente exerce pressão negativa sobre os preços.
Apesar disso, a demanda aquecida — principalmente nas exportações — e o consumo interno mais forte na primeira metade do mês atuam como fatores de contenção, evitando quedas ainda mais acentuadas nas cotações.
No dia 8 de maio, os preços da arroba do boi gordo negociada a prazo apresentaram queda nas principais praças do país:
No mercado atacadista, os preços também apresentaram queda, reflexo de uma expectativa frustrada de vendas mais expressivas na primeira quinzena de maio — nem mesmo a proximidade do Dia das Mães teve impacto significativo no consumo. A expectativa agora se volta à reposição de estoques após o fim de semana.
Segundo Iglesias, a tendência é de que a retração se intensifique na segunda metade do mês, período geralmente marcado por menor demanda.
As exportações brasileiras de carne bovina in natura — fresca, congelada ou refrigerada — movimentaram US$ 1,215 bilhão em abril, considerando os 20 dias úteis do mês. A média diária foi de US$ 60,762 milhões. No volume total, o país embarcou 241,584 mil toneladas, o que representa uma média diária de 12,079 mil toneladas. O preço médio da tonelada exportada ficou em US$ 5.030,30.
Comparado ao mesmo mês do ano anterior, houve avanço de:
O cenário atual reforça a influência do calendário sazonal da pecuária brasileira sobre os preços do boi gordo, mesmo diante de uma demanda internacional aquecida. A expectativa é de que a pressão sobre os valores continue até que haja mudança significativa nas condições de oferta e consumo.