09/05/2025 - 20:51
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Gleisi critica atuação de Campos Neto no BC: “Herança maldita”

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou duramente a condução da política monetária pelo ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Segundo ela, o atual presidente da instituição, Gabriel Galípolo, está administrando os efeitos de uma “herança maldita” deixada por seu antecessor.

“O Galípolo vem administrando uma herança, que eu diria maldita, do Banco Central, que foi a forma como o ex-presidente do Banco Central se comportava e também induziu o mercado a fazer avaliações de que tinha que subir a taxa de juros para fazer um terrorismo fiscal”, declarou durante uma entrevista à imprensa em São Paulo, nesta quinta-feira (8).

Hoffmann afirmou que discorda da atual taxa básica de juros, considerada excessiva. “É óbvio que eu não concordo com a taxa de juros tão alta. Não sou só eu, o Brasil inteiro não concorda, mas a autoridade monetária colocou essa taxa.”

A ministra demonstrou expectativa por mudanças na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). “Eu espero que para a próxima reunião do Copom a gente já tenha uma outra avaliação, até porque a realidade mudou muito, inclusive no cenário internacional. E o Brasil tem que ter muita cautela também em relação a isso.”

Encontro com Febraban discute medidas para baratear o crédito

Além das críticas ao Banco Central, Gleisi comentou a reunião com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na qual foram debatidas medidas para reduzir o custo do crédito à população.
“Nós tivemos uma boa reunião sobre o custo do crédito, o custo do dinheiro na mão das pessoas. A Febraban participou e está participando, no âmbito do Conselhão, de um grupo que trata sobre os spreads bancários e como reduzi-los. Hoje, o pessoal nos apresentou o relatório final com uma série de medidas que são importantes, tanto por parte do governo, do Congresso, quanto das próprias instituições financeiras”, afirmou.

Segundo a ministra, há uma convergência de ideias com os bancos sobre formas de reduzir o spread bancário, que envolve não apenas a taxa de juros, mas também a administração dos riscos. “O presidente Lula sempre diz que precisamos colocar dinheiro mais barato na mão do povo para que o país possa se desenvolver.”

Hoffmann também abordou a expectativa de maior colaboração dos bancos privados com políticas públicas de crédito. Um dos temas discutidos foi o crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada, previsto em medida provisória em tramitação no Congresso.

“Queremos taxas mais baixas, e recebemos dos presidentes dos bancos a garantia de que isso será uma realidade em breve, até pela concorrência entre as instituições”, disse.

A ministra mencionou ainda a nova fase de portabilidade de crédito, que começa em junho, e destacou a discussão sobre a aplicação de teto de juros no crédito consignado. “No consignado público, temos um teto. No privado, os bancos pediram para não colocar o teto e se comprometeram a disputar entre si, oferecendo melhores condições.
Disseram que o teto, em alguns casos, estava inviabilizando o crédito para determinados setores.”

Para ela, o diálogo contínuo com o setor financeiro é fundamental para avançar em medidas concretas.

“Essa interlocução ajuda muito. A ideia é garantir juros mais baixos em uma operação que tem forte garantia. Com a entrada dos grandes bancos no consignado privado e a concorrência entre eles, a promessa é de que os juros vão cair.”

Procurado, Campos Neto disse que não comentaria o assunto.

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