Na primeira quinzena de abril, as unidades da região Centro-Sul do Brasil processaram 16,59 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, superando as 16,12 milhões de toneladas da safra 2024/2025. Esse aumento de 2,99% em relação ao mesmo período do ciclo anterior reflete o bom desempenho da moagem, com o início da safra 2025/2026.
No período de 1º a 15 de abril, 120 unidades produtoras começaram a moagem da cana, elevando para 178 unidades o total de usinas em operação na região até o final da quinzena. Deste total, 161 unidades estavam processando cana, enquanto 10 usinas fabricavam etanol a partir do milho e 7 usinas flex operavam de forma diversificada. Em comparação, na safra anterior, 175 unidades estavam em operação no mesmo período.
De acordo com Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), o ritmo de início das unidades está conforme o esperado, mas pode variar dependendo das condições climáticas de cada região canavieira.
Em relação à qualidade da cana, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) foi de 103,22 kg por tonelada de cana na primeira quinzena de abril, um recuo de 3,19% em comparação aos 106,62 kg por tonelada registrados na safra 2024/2025.
A produção de açúcar nos primeiros 15 dias de abril alcançou 730,85 mil toneladas, valor praticamente igual ao da safra anterior, que foi de 721,81 mil toneladas. Já a produção de etanol nas usinas do Centro-Sul totalizou 918,14 milhões de litros, um aumento de 11,54% em relação ao mesmo período da safra passada.
Deste total, 739,02 milhões de litros foram de etanol hidratado (+8,92%) e 179,12 milhões de litros de etanol anidro (+23,84%). A variação positiva foi impulsionada principalmente pela produção de etanol de milho, que gerou um acréscimo de aproximadamente 105 milhões de litros em comparação com o mesmo período da safra 2024/2025.
Do total de etanol produzido, 39% foi derivado do milho, somando 358,03 milhões de litros, o que representa um aumento de 41,30% em relação aos 253,39 milhões de litros produzidos no mesmo período do ciclo anterior.
No mercado interno, as vendas de etanol hidratado atingiram 890,07 milhões de litros, uma queda de 3,50% em relação ao ano anterior. Já as vendas de etanol anidro cresceram 3,70%, com 464,60 milhões de litros comercializados.
As exportações de etanol, por outro lado, enfrentaram um desafio significativo, registrando 24,49 milhões de litros na primeira quinzena de abril, uma queda de 52,91% em comparação com o mesmo período da safra anterior. Deste total, 6,84 milhões de litros foram de etanol hidratado, uma queda expressiva de 86,6%, enquanto o etanol anidro teve uma retração mais moderada, com 17,65 milhões de litros exportados.
Até o dia 28 de abril, os produtores de biocombustíveis emitiram 14,18 milhões de créditos de descarbonização (CBios). O total de 24,66 milhões de créditos disponíveis para negociação, somando os que estão em posse da parte obrigada e não-obrigada, representa 62% do total necessário para atender à meta do Programa CBios até o final de 2025, conforme destacado por Luciano Rodrigues, diretor da UNICA.