30/04/2025 - 01:00
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Amazon lança satélites de internet para competir com a Starlink, da SpaceX

Um lote de satélites da Amazon foi lançado à órbita terrestre baixa, marcando o maior avanço até agora nos esforços da gigante da tecnologia para entrar na corrida por cobrir o planeta com conectividade vinda do espaço.

Vinte e sete instrumentos decolaram a bordo de um foguete Atlas V, construído pela United Launch Alliance, pouco depois das 20h (horário de Brasília) desta segunda-feira (28), a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida.

O lançamento dá início à primeira etapa do Projeto Kuiper da Amazon, um plano para criar uma constelação massiva de satélites que transmitem internet. A iniciativa busca competir diretamente com a Starlink, rede oferecida pela SpaceX de Elon Musk, que já conta com pelo menos 4,6 milhões de clientes em todo o mundo.

Os projetos das duas empresas fazem parte de um esforço para transformar a infraestrutura global da internet. As redes têm como objetivo fornecer acesso a regiões remotas do planeta onde a banda larga tradicional, que depende de cabos subterrâneos, é inexistente ou insuficiente.

É um empreendimento extremamente complexo, pois milhares de satélites, orbitando próximos à Terra e viajando a mais de 27.000 km/h, precisam operar em conjunto para manter conexões contínuas com antenas dos usuários e outras infraestruturas terrestres. Enquanto a SpaceX já avançou enormemente com sua constelação, a viabilidade financeira do negócio permanece incerta, pois a empresa é de capital fechado.

Enquanto isso, analistas de Wall Street demonstram receio quanto à entrada da Amazon nesse mercado.

A grande pergunta é se já não é tarde demais para a Amazon enfrentar a SpaceX.

“O Kuiper ainda tem um longo caminho a percorrer para conseguir atender uma parte significativa do mercado”, disse Craig Moffett, diretor sênior da firma de pesquisa MoffettNathanson, à CNN. “Parece haver uma probabilidade muito, muito alta de que seja tarde demais para que o projeto venha a se tornar um investimento atraente.”

A primeira versão do serviço Kuiper da Amazon contará com uma constelação de cerca de 3.200 satélites.

Cada instrumento orbitará a cerca de 450 quilômetros acima da Terra, um pouco abaixo dos cerca de 550 quilômetros de altitude dos dispositivos da Starlink.

Tanto os satélites do Kuiper quanto os da Starlink operam em uma região do espaço chamada órbita terrestre baixa, muito mais próxima do planeta do que os usados para a comunicação tradicional. Por exemplo, empresas como a Inmarsat (com sede em Londres) e a Viasat (da Califórnia), que fornecem Wi-Fi em áreas remotas ou em voos, operam satélites em órbita geoestacionária, a aproximadamente 35.786 quilômetros do solo.

Nessas altitudes mais elevadas, os dados demoram bem mais para chegar aos clientes. Isso dá aos instrumentos de baixa altitude, como os da Starlink e do Kuiper, uma vantagem significativa em termos de velocidade.

A SpaceX já usou sua rede Starlink para diversos propósitos: conectar casas e empresas em áreas remotas, fornecer internet para aviões, trailers e até mesmo astronautas a bordo de espaçonaves em órbita.

Será difícil para a Amazon reduzir o domínio da empresa de Musk, especialmente nos estágios iniciais da implantação do Kuiper, já que será necessário tempo e dinheiro para expandir o serviço, segundo Moffett.

Somente para montar o sistema inicial de cerca de 3.200 satélites do Kuiper, os custos podem chegar a US$ 17 bilhões (cerca de R$ 96 bilhões), segundo um relatório da empresa de serviços financeiros Raymond James, publicado em outubro.

E mesmo que a Amazon compense esses custos com receitas após o lançamento do serviço, o Kuiper ainda pode gerar um custo anual de US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões (cerca de R$ 5,6 bilhões a R$ 11 bilhões) para a empresa, de acordo com um relatório de 21 de abril do analista Josh Beck, também da Raymond James.

Para Moffett, a decisão da Amazon de competir com a Starlink não parece sensata. É provável que a empresa tenha perdido o timing de aproveitar os investimentos dos Estados Unidos na expansão da internet, e o Projeto Kuiper pode acabar trazendo à gigante da tecnologia os desafios de operar uma megaconstelação de satélites, sem muitos dos benefícios.

O CEO da SpaceX, Elon Musk, já se viu envolvido em questões geopolíticas nas quais afirmou publicamente não querer estar, por conta da Starlink.

A empresa precisou lidar, por exemplo, com o dilema de oferecer ou não seus serviços em zonas de guerra — e o empresário já enfrentou fortes críticas por declarações relacionadas à Ucrânia.

Nesse contexto, Jeff Bezos, como rosto da Amazon, pode ser visto como uma alternativa bilionária mais bem-vinda no cenário internacional, em contraste com a postura cada vez mais radical de Musk e seu envolvimento com o atual governo Trump.

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