24/04/2025 - 10:21
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Papa Francisco modernizou postura da Igreja sobre fiéis gays

Quando Jorge Mario Bergoglio era cardeal e também arcebispo de Buenos Aires se opôs ao reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em julho de 2010, pouco antes da Lei do Matrimônio Igualitário ser aprovada na Argentina, ele escreveu uma carta para as freiras carmelitas da capital sobre o assunto.

No texto, Bergoglio alegou que este projeto legislativo sobre casamento entre homossexuais é uma “movida” (movimento) de Satanás.

“Não é uma simples luta política, e sim uma tentativa de destruir o plano de Deus, um movimento do Pai da Mentira que busca confundir e enganar os filhos de Deus” escreveu o cardeal.

Desde que foi eleito papa, em 13 de março de 2013, Francisco adotou um tom acolhedor em relação às pessoas da comunidade LGBTQIA+ e mudou de maneira drástica a linguagem da Igreja Católica em relação aos homossexuais.

Logo no início de seu pontificado, em julho de 2013, o papa chamou atenção ao afirmar: “Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?”, afirmou Francisco a jornalistas em um voo após uma viagem que fez ao Brasil.

De acordo com a Igreja Católica, a atração por uma pessoa do mesmo sexo não é pecaminosa, mas os atos homossexuais são.

Assim, a declaração de Francisco marcou uma mudança de postura da Santa Sé, algo que foi visto como negativo pela ala dos conservadores do Vaticano.

Para entender exatamente a evolução da postura do papa Francisco em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e do relacionamento da Igreja Católica com os fiéis da comunidade LGBTQIA+, é preciso relembrar como o pontífice tratou o tema ao longo do pontificado.

Em outubro de 2013, em uma das primeiras providências do seu papado, Francisco convocou Sínodo dos Bispos sobre a Família. Para preparar o encontro, o papa enviou aos bispos do mundo inteiro um longo questionário, no qual constavam quatro perguntas sobre a união de pessoas do mesmo sexo.

Pela primeira vez a Igreja Católica consultou todas as suas paróquias espalhadas pelo mundo sobre a questão dos homossexuais na família.

Em janeiro de 2015, Francisco recebeu no Vaticano um transexual espanhol com a sua namorada. O homem disse que se sentia marginalizado pela Igreja após a transição de gênero.

Em abril de 2015, na tradicional cerimônia do Lava-pés na Quinta-Feira Santa, em uma prisão romana, Francisco lavou os pés de 12 detentos, que incluíam homens, mulheres e uma transexual brasileira.

Durante dois anos, mais de 300 bispos debateram sobre os desafios da família na Igreja.

Em outubro de 2015 foi apresentado o relatório final do Sínodo sobre a Família.

O documento afirma que os homossexuais não devem ser discriminados na sociedade, mas também declara que “não existe fundamento algum para equiparar ou estabelecer analogias, mesmo remotas, entre as uniões homossexuais e o plano de Deus sobre o matrimônio e a família.”

Em agosto de 2018, na coletiva durante voo de volta de Dublin, onde havia terminado o Encontro Mundial das Famílias, um jornalista perguntou ao papa sobre o que ele diria a pais e mães com filhos homossexuais.

“Primeiro, reze. Não condene, dialogue. Entenda, abra espaço para seu filho ou filha. Dando espaço para que se expresse. Jamais direi que o silêncio é um remédio. Ignorar um filho ou filha com tendências homossexuais seria um fracasso da maternidade e da paternidade. Você é meu filho ou minha filha do jeito que você é.” disse Francisco.

Em maio de 2019, em entrevista à emissora mexicana Televisa, o papa reiterou: “Pessoas homossexuais têm o direito de estar na família. Pessoas com orientação homossexual têm o direito de estar na família, e os pais têm o direito de reconhecer aquele filho como homossexual, aquela filha como homossexual. Você não pode expulsar ninguém da família e tornar sua vida impossível.”

Em outubro de 2020, no documentário “Francesco” do cineasta americano de origem russa Evgeny Afineevsky, o papa Francisco afirmou que os gays têm direito a uma família e que isso deve ser protegido por lei.

“Os homossexuais têm o direito de estar em uma família. São filhos de Deus e têm direito a uma família. Não se pode expulsar ninguém de uma família ou atirar alguém na miséria por isso. O que temos que fazer é uma lei de convivência civil. Assim terão o direito de estar cobertos legalmente”, afirmou Francisco no filme.

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