A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Avaré deflagrou, no último dia 17, uma operação que cumpriu mandados de busca e apreensão em três endereços ligados a um dentista da cidade. A ação, autorizada pela Justiça, investiga o profissional por suspeita de estelionato, envolvendo a formalização de contratos fraudulentos utilizando dados de clientes, principalmente idosos, sem o consentimento deles.
A principal diligência ocorreu no consultório odontológico do investigado, situado no centro de Avaré. No local, os policiais apreenderam diversos materiais que podem auxiliar na investigação, como prontuários de pacientes, celulares, computadores e pen drives. O próprio dentista e sua secretária acompanharam as buscas, e a apreensão dos objetos foi registrada em boletim de ocorrência.
Outros dois locais foram alvo da operação. Na residência do investigado, nada de relevante para o caso foi encontrado. Já em uma unidade de saúde pública de uma cidade vizinha, onde o dentista também atuava, a equipe policial foi informada de que ele está afastado de suas funções devido a uma sindicância administrativa. A sala utilizada por ele no local é de uso compartilhado e não continha objetos pessoais ou indícios de interesse para a investigação.
A investigação teve início após uma denúncia de uma instituição financeira, que identificou 51 contratos suspeitos, totalizando um prejuízo de R$ 278.449,65. A fraude consistia na utilização indevida de dados pessoais de clientes, muitos deles idosos e com pouca familiaridade com o ambiente digital, para a formalização eletrônica desses contratos. As vítimas relataram que acreditavam estar contratando um único financiamento, mas descobriram diversas operações em seus nomes posteriormente.
A polícia apurou que o esquema envolvia a repetição dos procedimentos de assinatura digital sob falsos pretextos de falhas no sistema, resultando na criação de múltiplos contratos por cliente. Os registros digitais rastreados pela investigação apontam que os acessos para a formalização dos contratos partiam de aparelhos conectados à internet na clínica odontológica do investigado, com informações de IP, localização e contatos (telefone e e-mail) ligados a ele ou a seus familiares.
Um ponto crucial na investigação é o histórico do dentista. A DIG confirmou que ele já possui passagens pela polícia por crimes semelhantes, utilizando o mesmo método fraudulento. Em casos anteriores, outras vítimas relataram procedimentos idênticos, o que fortalece a linha de investigação atual.
Agora, com o material apreendido, a Polícia Civil de Avaré dará prosseguimento à análise técnica dos dispositivos eletrônicos. O objetivo é aprofundar as provas já coletadas e identificar outras possíveis vítimas do esquema. A ação demonstra o esforço da polícia no combate a fraudes financeiras, especialmente aquelas que prejudicam pessoas em situação de vulnerabilidade.
