A defesa do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques disse nesta terça-feira (22), durante julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que “nenhum eleitor deixou de votar no segundo turno” da eleição presidencial de 2022.
Isso porque ele teria sido responsável, de acordo com a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra 34 pessoas acusadas de participar de um plano de golpe de Estado em 2022, por montar e instalar blitzes com intuito de obstruir o caminho dos eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na época ainda candidato, aos locais de votação no segundo turno da eleição presidencial.
“Não existe nos autos de conversas de Vasques com outro denunciado, não existe standart mínimo de que participava de organização criminosa. Quanto à tentativa de golpe, não tem o menor cabimento. Ele nunca foi investigado por golpe de Estado”, continuou o advogado Anderson Rodrigues de Almeida.
Segundo a PGR, para elaboração das barreiras de trânsito, o ex-diretor teria recebido da então diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar, um Boletim de Informação (BI), com dados sobre os principais municípios nos quais ambos os candidatos — Lula e Jair Bolsonaro — tiveram mais de 75% de votos.
A defesa de Silvinei, no entanto, nega que isso tenha ocorrido.
“Marília Alencar afirmou que nunca encaminhou BI a qualquer servidor da PRF, incluindo Silvinei, tendo em vista que o BI nunca foi disponibilizado nos autos.”
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal começou a julgar nesta terça se aceita, ou não, a denúncia da PGR. Caso seja acatada, os seis denunciados do “núcleo 2” se tornarão réus e passarão a responder a uma ação penal.