Em entrevista ao CNN Sustentabilidade, Pedro Jacobi, cientista do Instituto de Energia e Ambiente da USP, destaca que os fenômenos extremos refletem as desigualdades sociais, econômicas e raciais presentes no país. Jacobi aponta que a fragilidade das políticas públicas é um fator crucial para a intensificação dos impactos climáticos. Um exemplo recente foi a tragédia ocorrida em Porto Alegre, onde, segundo Jacobi, a falta de manutenção adequada amplificou os danos causados pelas enchentes.
O cientista ressalta que, quando as políticas públicas começam a enfatizar a adaptação, é possível reduzir significativamente os impactos das mudanças climáticas. Esta abordagem é fundamental para proteger as comunidades mais vulneráveis e mitigar os efeitos das injustiças climáticas.
A repetição de fenômenos climáticos extremos ao longo dos anos evidencia a persistência dessas injustiças, segundo o cientista. Jacobi explica que as populações mais afetadas são geralmente aquelas em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica, refletindo aspectos de desigualdade racial e étnica.
Como resposta a esse cenário, têm surgido movimentos associados ao tema do racismo ambiental e da justiça climática. Esses grupos, muitos deles liderados por jovens, expressam sua preocupação com os riscos que as mudanças climáticas representam para seu futuro, demandando ações mais efetivas por parte dos governos e da sociedade.