O Brasil é um dos maiores produtores de água mineral do mundo. Um detalhe curioso é que 40% do consumo nacional vem de uma única cidade do interior paulista.
Conhecida como a “Capital Nacional da Água Mineral”, o município é referência pela qualidade excepcional de sua água.
Tanto que há uma história de que, em 1969, a NASA a escolheu para abastecer os astronautas da missão Apollo 11 em sua viagem histórica à Lua, devido à sua pureza e propriedades únicas.
A cidade de Lindóia, localizada no interior de São Paulo e integrante do Circuito das Águas, é responsável por abastecer 40% do mercado nacional de água mineral.
Com uma população de aproximadamente 7.014 habitantes, de acordo com o censo do IBGE de 2022, o município se destaca não só pela produção de água mineral, mas também pela qualidade de vida oferecida aos moradores.
A água mineral de Lindóia é extraída de fontes naturais distribuídas por diversos pontos da cidade, atraindo turistas que desejam experimentar sua pureza diretamente das nascentes.
Inclusive, o nome da cidade, que tem origem no tupi e possivelmente deriva de “Rindoya”, que significa “rio que não extravasa” ou “água insípida e morna ao paladar”, é uma referência às características naturais de suas fontes.
Além de sua importância econômica, Lindóia oferece diversas atrações turísticas, como o Grande Lago, formado por nascentes naturais, e o Cristo Redentor, que proporciona uma vista panorâmica da Serra da Mantiqueira.
A cidade também é conhecida por suas cachoeiras, trilhas e atividades esportivas, como trekking e mountain bike.
Sua história remonta ao século XVIII, quando sesmarias foram concedidas a pioneiros como Manoel de Castro em 1728, atraídos pelo caminho que ligava o litoral às minas de Goiás.
No século XIX, imigrantes portugueses e espanhóis se estabeleceram na área, formando pequenos povoados às margens do Rio do Peixe, onde surgiu a primeira capela em homenagem a Nossa Senhora das Brotas.
No final do século XIX, a construção da ferrovia pela Companhia Mogiana impulsionou o desenvolvimento da região, levando à criação do Distrito de Lindóia em 1899.
Já no início do século XX, as propriedades medicinais das águas termais ganharam destaque, especialmente com o trabalho do Dr. Francisco Tozzi, que transformou a localidade em uma estância hidromineral reconhecida nacionalmente.
Em 1938, Lindóia foi elevada a município, mas em 1953 perdeu sua sede para Águas de Lindóia, tornando-se distrito novamente.
Sua emancipação definitiva ocorreu em 1965, após um movimento liderado por moradores e políticos locais. Reconquistando sua autonomia, o município foi oficialmente reinstalado em 21 de março daquele ano.
Desde então, Lindóia manteve sua identidade histórica e turística, preservando suas raízes culturais e naturais, enquanto Águas de Lindóia seguiu como um município vizinho, também conhecido por suas fontes termais.
A missão Apollo 11, que levou o homem à Lua em julho de 1969, pode ter incluído água mineral brasileira entre seus suprimentos.
A empresa local, Lindoya Verão, afirma que a NASA comprou 100 caixas, com 600 litros de sua água, no total, em abril daquele ano, ou seja, antes do lançamento.
A água, conhecida por sua pureza e propriedades terapêuticas, teria sido enviada para Cabo Kennedy, local de decolagem da missão.
Embora existam registros da compra, não há confirmação oficial de que a água foi efetivamente usada na Lua, e a NASA nunca confirmou nem negou a história.
Apesar disso, a empresa celebra esse evento como parte de sua identidade, atribuindo o possível envolvimento do Brasil nesse marco histórico.